NATAL
Por:
Sonia das Graças Oliveira Silva
Estamos nos aproximando da
época do Natal. A festa maior da cristandade. E, de repente, tudo fica
colorido, brilhando, as
cores: vermelho, dourado, prateado e verde aparecem por todo lado. Luzinhas
piscando nas casas, nas lojas, tudo nos faz lembrar, a todo o momento, que é Natal.
O movimento nas ruas aumenta, o entra e sai das lojas e supermercados não para.
Parece que o povo fica afobado, com pressa... E, sempre, nesta época, chove
mais. Todos se acostumaram a fazer as compras com chuva. Ninguém parece ligar
para isso. É preciso comprar. É preciso dar presentes, é preciso vestir roupas
novas nessa época, sapatos novos... Enfeite na casa é essencial, árvore de
natal com muitas bolinhas coloridas.
Lembro-me de uma linda historinha (peço
perdão por não saber o autor) que nos faz pensar melhor no natal.
Um
menino morava em uma ilha isolada da civilização. Havia aprendido com seus pais
que Natal significava nascimento. E que quando alguém nasce é preciso ajudar, é
preciso comemorar. Ao acordar ele dizia:
_É
natal! O sol nasceu! É natal do sol.
À noite, falava: – É natal das
estrelas, olhe, elas nasceram!
Quando
nascia um bezerro, ele dizia:
_É
natal! O bezerrinho nasceu! É natal do bezerrinho.
Um
dia, foi conhecer a cidade. Era época do natal. Ao entrar na cidade, achou-a
linda, cheia de luzes e brilhos. As pessoas passavam para lá e para cá,
carregando sacolas e pacotes. Na porta de uma grande loja ele ouve uma criança
dizer:
_Mamãe
compra esse brinquedo, é natal! O menino pensou:
_Quem
nasceu? É natal de quem?
Mais adiante ouviu uma mulher falando
ao marido:
_Vamos
comprar essas frutas, as carnes, as bebidas... É natal, precisamos comprar tudo
isso!
Novamente,
o menino pensou: – Quem será que nasceu aqui? Natal de quem?
Passando
por uma outra loja observou pessoas comprando enfeites, fitas coloridas, bolas
brilhantes. A vendedora conduzia a conversa dizendo:
_Vai
ficar tudo lindo com esses enfeites, precisamos enfeitar tudo, é natal!
O
menino, encabulado imaginava, é natal de quem? Quem nasceu aqui?
De repente, o menino
encontra um casal muito simples que queria um lugar para ficar e algo para
comer, eles carregavam uma criança nos braços. O povo passava e nem percebia a
presença deles. O menino percebeu a aflição daqueles pais e tentou ajudá-los
chamando a atenção das pessoas.
_Ei, uma criança nasceu! É
natal! É natal deste bebê! Devemos ajudar.
Mas, ninguém nem olhava,
apenas três pobres indivíduos recostados na calçada não importava a ninguém. Eles
precisavam terminar as compras de natal. Precisavam comemorar... Comemorar o
quê mesmo? O que é que comemoramos no natal mesmo? Já nem me lembro mais. Mas,
tudo bem, deixa para lá, vamos comprar presentes, temos que fazer o “amigo
oculto”, temos que participar de várias festas de natal, confraternizações,
comemorações, jantares...
E continuavam a comprar.
Foi quando o bebê chorou,
chorou alto e alguém ouviu. Um homem virou-se e seu coração encheu-se de emoção
e piedade ao ver aquela família tentando agasalhar seu filho. O menino
aproveitou a atenção do homem e gritou:
_É natal desta criança! Vejam
que lindo bebê!
Outras pessoas
aproximaram-se e carregaram a família para a casa de um deles e logo começou a
chegar roupinhas, mamadeiras, leite e alimentos para os pais, tudo trazido
pelas pessoas que rodearam aquela família. Parecia que aquela pequena cidade
havia mudado. Alguma coisa aconteceu com eles.
O espírito do natal entrou dentro dos corações e a luz de Deus os
iluminou carregada de amor.
Então, com certeza, Deus
sentiu um grande alívio ao ver que ainda sabemos amar, que ainda sabemos o que
é o natal.