quarta-feira, 6 de novembro de 2013

NATAL

                                   Por: Sonia das Graças Oliveira Silva



Estamos nos aproximando da época do Natal. A festa maior da cristandade. E, de repente, tudo fica colorido, brilhando, as cores: vermelho, dourado, prateado e verde aparecem por todo lado. Luzinhas piscando nas casas, nas lojas, tudo nos faz lembrar, a todo o momento, que é Natal. O movimento nas ruas aumenta, o entra e sai das lojas e supermercados não para. Parece que o povo fica afobado, com pressa... E, sempre, nesta época, chove mais. Todos se acostumaram a fazer as compras com chuva. Ninguém parece ligar para isso. É preciso comprar. É preciso dar presentes, é preciso vestir roupas novas nessa época, sapatos novos... Enfeite na casa é essencial, árvore de natal com muitas bolinhas coloridas.
            Lembro-me de uma linda historinha (peço perdão por não saber o autor) que nos faz pensar melhor no natal.
            Um menino morava em uma ilha isolada da civilização. Havia aprendido com seus pais que Natal significava nascimento. E que quando alguém nasce é preciso ajudar, é preciso comemorar. Ao acordar ele dizia:
            _É natal! O sol nasceu! É natal do sol.
À noite, falava: – É natal das estrelas, olhe, elas nasceram!
            Quando nascia um bezerro, ele dizia:
            _É natal! O bezerrinho nasceu! É natal do bezerrinho.
            Um dia, foi conhecer a cidade. Era época do natal. Ao entrar na cidade, achou-a linda, cheia de luzes e brilhos. As pessoas passavam para lá e para cá, carregando sacolas e pacotes. Na porta de uma grande loja ele ouve uma criança dizer:
            _Mamãe compra esse brinquedo, é natal! O menino pensou:
            _Quem nasceu? É natal de quem?
Mais adiante ouviu uma mulher falando ao marido:
            _Vamos comprar essas frutas, as carnes, as bebidas... É natal, precisamos comprar tudo isso!
            Novamente, o menino pensou: – Quem será que nasceu aqui? Natal de quem?
            Passando por uma outra loja observou pessoas comprando enfeites, fitas coloridas, bolas brilhantes. A vendedora conduzia a conversa dizendo:
            _Vai ficar tudo lindo com esses enfeites, precisamos enfeitar tudo, é natal!
            O menino, encabulado imaginava, é natal de quem? Quem nasceu aqui?
De repente, o menino encontra um casal muito simples que queria um lugar para ficar e algo para comer, eles carregavam uma criança nos braços. O povo passava e nem percebia a presença deles. O menino percebeu a aflição daqueles pais e tentou ajudá-los chamando a atenção das pessoas.
_Ei, uma criança nasceu! É natal! É natal deste bebê! Devemos ajudar.
Mas, ninguém nem olhava, apenas três pobres indivíduos recostados na calçada não importava a ninguém. Eles precisavam terminar as compras de natal. Precisavam comemorar... Comemorar o quê mesmo? O que é que comemoramos no natal mesmo? Já nem me lembro mais. Mas, tudo bem, deixa para lá, vamos comprar presentes, temos que fazer o “amigo oculto”, temos que participar de várias festas de natal, confraternizações, comemorações, jantares...
E continuavam a comprar.
Foi quando o bebê chorou, chorou alto e alguém ouviu. Um homem virou-se e seu coração encheu-se de emoção e piedade ao ver aquela família tentando agasalhar seu filho. O menino aproveitou a atenção do homem e gritou:
_É natal desta criança! Vejam que lindo bebê!  
Outras pessoas aproximaram-se e carregaram a família para a casa de um deles e logo começou a chegar roupinhas, mamadeiras, leite e alimentos para os pais, tudo trazido pelas pessoas que rodearam aquela família. Parecia que aquela pequena cidade havia mudado. Alguma coisa aconteceu com eles.   O espírito do natal entrou dentro dos corações e a luz de Deus os iluminou carregada de amor.
Então, com certeza, Deus sentiu um grande alívio ao ver que ainda sabemos amar, que ainda sabemos o que é o natal.