terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A DIFÍCIL, MAS MARAVILHOSA TAREFA DE EDUCAR OS FILHOS




   COMO ENFRENTAR ESSA
DIFÍCIL, MAS MARAVILHOSA
TAREFA DE
EDUCAR OS FILHOS


Sonia das Graças Oliveira Silva
        


[1]COMO ENFRENTAR ESSA DIFÍCIL, MAS MARAVILHOSA,
TAREFA DE EDUCAR OS FILHOS


OBJETIVOS

Num processo de leituras e pesquisas pretende-se repensar a educação ao longo da vida e a difícil tarefa de educar os filhos que, nos dias atuais, torna-se cada vez mais complicada. Estimular a reflexão sobre o tema, assim como o levantamento  de possíveis dúvidas, bem como, tentativa de elucidá-las da melhor maneira possível é a intenção deste curso.
            Educar é algo desafiador e complexo e consiste, sobretudo, na possibilidade dos pais crescerem junto com os filhos, respeitando e acompanhando a trajetória que vai da dependência quase total do bebê para a crescente autonomia e independência do filho já adulto.
            No entanto, nós pais, não temos muita experiência. O que temos em relação à arte de educar é o nosso próprio sentimento, nossas intuições, sensibilidades e a própria força do vínculo que une pais e filhos.
            Na tentativa de elucidar o mais possível este assunto, que para muitos pais gera uma enorme insegurança, venho colocar-me à disposição para esclarecer alguma dúvida, usando bem mais que conhecimentos bibliográficos, mas conhecimentos práticos da vivência de quem também já passou por etapas difíceis, outras mais fáceis e prazerosas, mas que no final nos levam, a nós todos, pais e mães, a esta bagagem gratificante e única que é o contato com os nossos filhos.


1Sonia das Graças Oliveira Silva.  Professora, Empresária, Especialista em Educação Infantil pela FACED, Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Especialista em Mídia e Deficiência, pela FACOM, Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora e Especialista em Arte. Cultura e Educação, também pela UFJF.



 Módulo 1
A DIFÍCIL TAREFA DE EDUCAR
1.1 O comportamento dos pais e sua influência
1.2 Pequeno histórico sobre educação antigamente

Módulo 2
A EDUCAÇÃO DENTRO DO LAR
2.1 Analisando a atitude dos pais

Módulo 3
A CAMINHO DA PRIMEIRA ESCOLA
3.1 Quanto ao perfil profissional do professor de educação infantil

Módulo 4
A ESCOLA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO
4.1 O papel da escola

Módulo 5
A RELAÇÃO FAMÍLIA e ESCOLA
5.1 – A importância da família na vida da criança

1 – A DIFÍCIL TAREFA DE EDUCAR


§ A tarefa de educar os filhos é muito complexa. Até chegar a idade adulta a criança passa por várias fases. A cada nova etapa no desenvolvimento da criança é um desafio à criatividade, à paciência e à flexibilidade dos pais. A cada tempo os pais são obrigados a mudar os padrões de conduta, mudar quanto ao atendimento às necessidades e solicitações dos filhos.
            São inúmeras as dúvidas e perguntas que passam pela cabeça dos pais quando sentem que aquele ser pequenino está sob sua total responsabilidade. Sentem-se, de modo geral, inseguros, desorientados e indefinidos em seu papel de educadores. A preocupação em fazer sempre o certo, o que é bom para o desenvolvimento emocional da criança, muitas vezes acaba por atrapalhar e fazer com que os pais percam o bom senso e a espontaneidade. 
            As crianças, desde que nascem, participam de diversas práticas sociais no seu cotidiano, dentro e fora da escola. Desse modo, adquirem conhecimentos sobre a vida ao seu redor. A família, os parentes e os amigos, a escola, a igreja, o posto de saúde, o mercado, a rua entre outros, constituem espaços de construção do conhecimento social.
            Assim sendo, na escola, a criança encontra a possibilidade de ampliar as experiências que traz de casa e de outros lugares, estabelece novas formas de relação e de contato com uma grande diversidade de costumes, hábitos e expressões culturais. Daí a grande importância de se colocar a criança na escola, não deixá-la fora dessa oportunidade de continuar aquilo que os pais começaram em casa.

1.1 O comportamento dos pais e sua influência

Realmente, a criança sofre influência das pessoas que a cercam. Essa influência acontece de forma natural e, geralmente, inconsciente. Para as crianças, os adultos são modelos de comportamento e a forma como agem diante de situações boas, prazerosas ou situações difíceis, complicadas, é um referencial fundamental para sua formação. A prova disso é que muitas vezes nós, pais e mães, “nos enxergamos” nas atitudes de nossos filhos.
O que se torna um grande problema é quando os pais tentam fazer dos filhos uma continuação de si mesmos, ou ainda, tentam dar na vida dos filhos uma reviravolta que gostariam de ter dado em suas próprias vidas.
Aí, os adultos passam a ser “ditadores” do destino de seus filhos, causando, muitas vezes, discórdia e sofrimento, pois pensam que podem controlar o presente e o futuro das crianças e adolescentes.
Os pais, de modo geral, fazem somente planos bons para os filhos, sonham coisas maravilhosas para a vida deles. Mas, é importante levar em conta que nem sempre esse sonho é o melhor para eles.
Muitos exemplos podem ser considerados, como aqueles pais que querem escolher a carreira profissional que os filhos devem seguir. Por vezes, essa carreira é a que eles, os pais, por um motivo ou outro, não conseguiram seguir. Tem-se a impressão que querem ver nos filhos a si próprios, quando mais jovens, interferindo até mesmo na aparência física, opinando sobre os cuidados com o corpo dos filhos, o que devem fazer, revelando nesse modo de agir os ideais de sua própria beleza.
A criança e o adolescente precisam ter os próprios sonhos, precisam idealizar a própria vida. A influência desse modo pode acarretar insegurança e medo de não se dar bem em uma profissão que não foi a escolhida pelos pais e isso pode fazer com que os filhos acabem escolhendo e se ajustando a sonhos que não eram os seus. 
Percebe-se então que, muitas vezes, semelhanças existentes entre pais e filhos, podem ser fruto da convivência, do comportamento dos adultos. E aí está um grande desafio nas relações familiares: aprender a aceitar as diferenças, as opiniões de outras pessoas, aceitar que os desejos dos filhos podem ser diferentes dos desejos dos pais.  

1.2  Pequeno histórico sobre a educação antigamente



Antigamente, as crianças acompanhavam os adultos em todas as suas atividades, os pais comandavam sua educação e exerciam ao máximo sua autoridade sobre os filhos, reprimindo quase todos os seus desejos.
Era comum ver crianças aprendendo o trabalho dos pais; estudar não era importante (bem o contrário de hoje, que os pais querem que os filhos estudem para depois pensar em trabalho). A partir da Idade Média, surgiu a escola que tinha a responsabilidade de educar. Algumas pessoas se especializaram na tarefa de ensinar e então alguns locais específicos para isso foram construídos.
No princípio, a escola era apenas para as elites, ensinava-se a cultura da aristocracia e conteúdos religiosos. As crianças mais simples recebiam educação em seus próprios lares, principalmente, educação para o trabalho.
A Revolução Industrial, as máquinas e o processo de industrialização dificultaram educar para o trabalho dentro de casa. Devido às exigências do manuseio das novas tecnologias, o ensino foi entregue as pessoas qualificadas. A família acabou perdendo uma de suas funções e por meio de várias reivindicações, a escola se estendeu a todas as camadas sociais.  
Na escola acontecia, então, todo o aprendizado formal, sendo a escrita, leitura, cálculos, etc. e também o aprendizado social, como transmissão de valores e modelos de comportamento.
A tecnologia continuou seu avanço e aos pais, cada vez ficava mais difícil acompanhar as mudanças, desse modo a escola procurou atualizar-se no sentido de informar e formar novos cidadãos.
Atualmente, é quase impossível as crianças aprenderem tudo sem sair de casa. A criança precisa ter acesso a todo tipo de informação, ela tem que frequentar uma escola, não se admite, na sociedade de hoje, que haja crianças fora da escola. (ou pelo menos esforços são feitos para que isso não aconteça).
    
“Como eu vou saber da terra,                               quero a vida até o fundo,
se eu nunca me sujar?                                          Quero ter barro nos pés, eu
Como eu vou saber das gentes,                          quero aprender o mundo!”
sem aprender a gostar?                                        (Pedro Bandeira)
Quero ver com os meus olhos,
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A TV Globo exibiu o programa Globo Repórter, na sexta feira dia 12/10/2007, dia da criança. Abaixo transcrevo exatamente o que foi exibido, com o título de: PAIS E FILHOS: UMA RELAÇÃO DELICADA.

 Programa da Rede Globo exibido em 12/10/2007.

Pais e filhos: uma relação delicada


Encontre esta matéria em: www.globo.com
[
http://globoreporter.globo.com

Uma família na favela de Heliópolis, outra num bairro de classe média, no Jardim da Saúde. Os dois ficam na Zona Sudeste de São Paulo. A cozinha de um é muito diferente da cozinha do outro. Mas a relação entre pais e filhos enfrenta os mesmos desafios.
Olhar de pai, olhar de mãe, olhar de filho. Durante dez dias, Leandro Ledo, de 18 anos, a mãe, o pai e o irmão dele filmaram o dia-a-dia da vida deles. O Globo Repórter pediu, eles aceitaram e usaram a câmera de um amigo da família. Na outra casa, a câmera é do músico Vicente Madeira, pai de Danilo, de 18 anos. Os dois também tiveram dez dias para filmar e revelar a intimidade entre pai e filho.
Como é ser amigo do filho e, ao mesmo tempo, conseguir dar os limites?
"Talvez o segredo seja ser amigo", comenta Vicente.
"Pelo que eu vejo dos meus amigos, é bem diferente do comum. Quando eu falo, eles acham até engraçado tanta amizade assim. Eles perguntam: 'É um pai ou é um amigo'", conta Danilo.
Amizade é importante, mas tem seus limites. Na outra família, a dona de casa Janeci Ledo sabe que ser mãe é ser amiga, mas é, principalmente, poder dizer "não".
"Outro dia, o Ricardo (irmão de Leandro) saiu e me ligou para perguntar: 'Mãe, posso dormir na casa do meu amigo?'. Eu falei: 'Não conheço ele. Então, não vai dormir'. Ele insistiu, mas eu não deixei. E ele obedeceu", conta Janeci.
Dizer "não" nunca dispensa uma boa conversa.
"O importante é sempre trocar ideias", ressalta Vicente.
O motoqueiro e o carona estão chegando. Na direção, o pai; na garupa, o filho. Agora, no estúdio, vão tirar da cabeça a relação pai e filho. Serão apenas companheiros da mesma música. Na guitarra, Danilo; no vocal, Vicente.
A música aproximou pai e filho durante a adolescência do rapaz. Além de estudar música juntos, eles têm uma banda. E os ensaios continuam em casa. Os erros e os acertos ensinam Vicente a encontrar um caminho para educar e incentivar o filho.
Danilo escolheu ser músico. E, por enquanto, deixou a faculdade de lado.
"Se eu estivesse no lugar dele, talvez continuasse a faculdade. Mas eu sempre falei para ele: 'A decisão é exclusivamente sua. Eu vou apoiá-lo no que você desejar'. Ele pegou toda uma gama de informações que eu passei para ele, formou uma opinião própria e tomou uma decisão. Já demonstrou uma maturidade muito grande. Isso para mim foi uma experiência fantástica, uma das mais difíceis", diz Vicente.
Vicente acompanha a evolução de Danilo bem de perto. E a cada nova indecisão, está sempre disponível para encaminhar o filho.
Mas o que fazer quando o filho fecha a porta do quarto?
Janeci diz que conversa sobre sexo com os filhos. "Digo para tomar cuidado, usar camisinha. Mas aí eles rebatem: 'Mãe, não precisa falar nada porque a gente já teve essa aula na escola'".
"As proibições não existem. Existiam limites na infância, que deram estrutura para que hoje ele saiba exatamente até aonde pode ou não pode ir", diz Vicente.
"O que eu não posso fazer? Boa pergunta", brinca Danilo.
"Por exemplo, drogas são algo que eles evitam por si só. Não é uma proibição, a gente não fica policiando", comenta Vicente.
"As pessoas dizem que é coisa de adolescente, essa fase vai passar, é assim mesmo. Não é assim mesmo. Eu sei que eles são adolescentes, mas não é por isso que vou dar tudo o que eles pedirem e dizer 'isso passa'. Não! Você já tem que começar ali: 'não' é 'não' e 'sim' é 'sim'", diz Janeci.
"Falou, está falado. Fazer o quê? Eu aceito normalmente", afirma Leandro.
"Hoje em dia os pais estão substituindo sua presença no dia-a-dia com os filhos por coisas materiais", comenta Janeci.
"Porque existem filhos de papai que fazem faculdade e caem nos mesmos erros que uma pessoa da periferia", acrescenta o produtor de cinema, Reginaldo Ledo.
Rio de Janeiro, junho de 2007. Jovens de classe média agridem a socos e pontapés a empregada doméstica Sirlei Dias.
"Quando eles chutaram, arranhou aqui (no lado esquerdo do rosto). Eu acho que vou ter que carregar essa marca, não vai sair", diz Sirlei, que não pôde mais voltar ao trabalho. Ela perdeu os movimentos normais da mão e do braço direito.
"É aquela pergunta inevitável: 'Onde nós erramos?'", diz o pai de um dos acusados.
"Eu acho que nenhum pai, nenhuma mãe, cria um filho para ser marginal, para fazer uma coisa dessas. Eu sei que a decepção do pai e da mãe deles foi grande. Eles estudavam, alguns trabalhavam. Então, a gente vê que não é um caso de filhos que são largados completamente. Mas eu acho faltou limite", comenta Sirlei.
"E aí, o que acontece? Você sabe que o adolescente tem que encontrar um limite. A gente tem a grande ilusão de que tudo tem que ser conversado, tudo tem que ser negociado. Não. A função de pai e de mãe pressupõe autoridade. Não é autoritarismo, coisa que as pessoas confundem hoje em dia", diz a professora de psicologia da PUC do Rio de Janeiro, Junia de Vilhena.
"Cada um tem seu sistema de vida. O meu é esse. Eu nasci e fui educado na roça. Meus pais eram completamente diferentes dos pais de hoje em dia. Diziam: 'Filho, não fica na rua. Filho, não faz isso. Filho, não faz aquilo. Se pegar um chiclete do vizinho, vai lá e devolve, porque não pertence a você'. Assim eu aprendi na roça", lembra Reginaldo.
Na Rua da Alegria, Reginaldo ajudou a criar o Cine Favela. O cinema chama a criançada como se fosse o circo. Só que não tem marmelada, mas a dura realidade da favela de Heliópolis, uma das maiores de São Paulo.
Quando era menino, lá no interior do Paraná, Reginaldo pensava que para fazer um filme era preciso ir para Hollywood. Em vez da Califórnia, ele foi para São Paulo. Em vez de Hollywood, foi para Heliópolis. E lá ele descobriu que cinema é também coisa de família e de favela.
No set de filmagens, o cinegrafista é o filho Leandro; o produtor é o pai, Reginaldo; e a mãe, Janeci, às vezes faz uma ponta como atriz. Nesta família, a educação e o cinema se misturam.
A personagem de um dos filmes tem 14 anos e descobre que está grávida.
"A palavra adolescência sempre causa arrepios nas pessoas. Isso, muitas vezes, causa uma renúncia à educação, porque as pessoas se eximem de fazer o que tem que ser feito com os jovens: ensinar, mostrar a vida como ela é, mostrar o mundo, porque eles estão na adolescência. Então, dizem: 'Adolescente é assim mesmo'. Tem aquele chavão: adolescente é aborrecente", diz a professora de psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Tânia Aguiar.
Por falta de outro cenário, a cena se passa na própria casa da atriz. Lá, a realidade é ficção. "Estando grávida, com um filho, você não vai poder curtir nada. Não vai poder sair, porque tem que ficar olhando o filho", comenta a atriz Daniele Batista de Macedo.
A gravidez precoce também aconteceu na vida de Janeci, mulher de Reginaldo. Aos 15 anos, ela foi mãe de Leandro. Estudou até a quarta série, mas é professora na arte de educar um filho.
"Eu não queria ter a relação que eu tinha com a minha mãe e com meu pai, de não conversar com os filhos. Então, mudei. Falei: 'Vou ser diferente. O que tiver que falar com Leandro e Ricardo, vou falar. Vou me abrir para que eles se abram comigo também'", conta Janeci.
O olhar de Janeci, de quem foi mãe aos 15 anos, tem o apoio do marido Reginaldo, que foi pai aos 24 anos. Todos os dias, ele leva o filho mais novo, Ricardo, de 16 anos, ao trabalho, com direito à troca de beijos na despedida.



A MELHOR HERANÇA

Na luz fraca da casa onde vive, Yuri Ricardo dos Santos lê os livros que se espremem na gaveta da sala. Ele tem 10 anos e adora os estudos, os livros, a escola. Só que para chegar lá é preciso atravessar uma avenida muito perigosa. 
"Só lembro que a moto passou o sinal vermelho. Depois, eu não lembro mais", conta Yuri.
Naquela manhã de maio, Yuri foi atropelado, passou por várias cirurgias nas pernas e desde então não conseguiu mais voltar para a escola. Mas ele continua no caminho de ser bom aluno, em casa mesmo, com a ajuda da avó, Isolina Lencino dos Santos. "Eu sou metida!", diz.
Dona Isolina sabe que não é preciso ser professora para ensinar o que tem valor nessa vida. "Ser bom colega, bom filho, procurar não mentir. Mesmo que ele seja culpado de alguma coisa, deve falar a verdade. Foi o que eu aprendi quando era pequena e procuro passar para ele", conta.
Yuri diz que a avó é um exemplo. "Me sinto uma pessoa feliz!", revela o neto orgulhoso. "Eu estou aprendendo, então, não posso parar, não posso desistir", adianta o menino, que pretende estudar por muitos anos.
Todas as cidades deixam alguma herança para seus filhos. Porto Alegre, por exemplo, deixa o Rio Guaíba. Resta aos seus herdeiros saber cuidar desse rio que abraça a cidade docemente. Todo pai e toda mãe deixa alguma herança para seus filhos. Às vezes, um objeto. Às vezes, um gesto. Uma dedicação ao trabalho, uma crença na educação. Resta aos filhos saber cuidar dessa herança recebida.
"Foi a necessidade. Queria que meus filhos tivessem o que eu não tive", diz a aposentada Dalila da Silva Cristaldo, que é como uma árvore grande no quintal – uma referência sólida na vida dos filhos e dos netos. Firme nos seus propósitos, mas flexível para aceitar seu destino. Quando tinha 38 anos, ficou viúva.
"Eu estava com cinco filhos: três meninas e dois rapazes. Para trabalhar sem deixá-los, lavei para fora na minha casa mesmo. Lavava e botava tudo no quarador. Não tinha sabão em pó, não tinha essas coisas. À tarde, as gurias que já estavam em casa ficavam cuidando da outra pequena enquanto eu ia fazer faxina em outra casa. Eu fazia isso com muito prazer. E saí vitoriosa! Eu fazia de tudo para eles estudarem", conta dona Dalila.
O filho mais velho, Paulo Roberto Cristaldo, virou advogado e um dia se deu conta de que a mãe, analfabeta, quem sabe, também gostaria de aprender a ler, ainda que tarde, ainda que fraca das vistas.
"Até então eu não sabia o quão importante era estudar para ela", diz o primogênito.
"Ele me buscava e me levava. Quando ele saía de noite para o colégio, eu ficava cuidando dos filhos dele para ele e a mulher dele estudarem", conta dona Dalila.
Os cinco filhos de dona Dalila estudaram – uns mais, outros menos – e levam hoje uma vida confortável. Na casa dela, o cheiro do café é uma presença antiga das tardes em que os filhos ainda eram crianças.
"Ela pegava forte. Não era velhinha assim, era serelepe e rápida", lembra Paulo Roberto.
"Imagina ficar com a carga de cinco filhos aos 38 anos", intervém dona Dalila.
"A educação passa também pela terapia do laço. Eu e o Luís Carlos brigávamos muito. Mesmo pequenininha e magrinha, ela amarrava os dois na cinta, de frente um para o outro. Um olhava para a cara do outro e tinha vontade de morder", lembra Paulo Roberto. "Nós não temos nenhum desentendimento hoje", afirma.
"Eles não obedeciam, e eu era sozinha", justifica dona Dalila. "Eu dizia: 'Vocês são irmãos, não são cachorros'. Tudo tem que ter limite na vida. Na hora de puxar as orelhas, temos que fazê-los aceitar. Eu sempre dizia que eles tinham que ser irmãos e amigos", completa.
Na foto na frente da casa, a matriarca: a figura central na história dessa família.
"Dá prazer saber que a gente conseguiu chegar aonde chegou. Agora fica o exemplo maior da minha mãe. A educação nos tirou da miséria e da ignorância", diz Paulo Roberto.
"Ir aos lugares e ler é muito bom", comemora dona Dalila, emocionada.
Foi Darlan que levou a equipe do Globo Repórter até a casa de dona Dalila. Ele é um dos entrevistadores de uma grande pesquisa realizada em Porto Alegre. Uma parceria da PUC, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da prefeitura da cidade. O economista Flávio Comim, professor da UFRGS é um dos coordenadores do projeto.
"O objetivo da pesquisa foi construir um indicador de pobreza. Não apenas como insuficiência de renda, mas pobreza como privação de coisas importantes na vida dessas pessoas. É importante reconhecer que as pessoas são pobres de educação, pobres de saúde, pobres de habitação, pobres de trabalho. De todos os elementos do desenvolvimento humano, a educação é o único que tem um potencial transformador. Você passa a ser uma pessoa diferente", diz Flávio Comim.
Mais de 10 mil pessoas foram entrevistadas nas regiões mais carentes de Porto Alegre.

"Mesmo as pessoas que possuem baixa escolaridade reconhecem que a educação é importante", diz a professora de economia da PUC do Rio Grande do Sul Izete Bagolin.
Do total de entrevistados, 76% responderam que a educação é o melhor caminho para mudar de vida.
Durante a pesquisa, quem mais chamou a atenção de Luís Carlos da Silva foi a aposentada Guiomar Santos Henricson. "O que leva uma pessoa a querer a estudar com 75 anos? Ela disse que era para fugir da solidão, porque é viúva e mora sozinha", conta o entrevistador.
"Eu sinto (muita solidão). Agora não muita, porque eu vou estudar", diz dona Guiomar.
Bairro da Tristeza, Porto Alegre. No local, vive dona Guiomar com seus dois cachorros. Foi só agora, depois da dança já sabida e repetida, do vestido de prenda ter envelhecido, só depois de o marido ter morrido, que dona Guiomar entrou para a escola. E mais do que isso: agora ela pode dizer que tem uma professora.
"Para mim, é como a minha família. A professora me ensina as coisas legais. Isso tudo faz falta para a gente, que não sabe nada. Eu fui à Casa da Sopa e aí encontrei com ela", conta dona Guiomar.
A sopa não é de letrinhas, mas a história dela se mistura com a história da alfabetização.
"Eu fiquei na fila da sopa perguntando quem nunca havia sido alfabetizado. E como eu sei que o índice é muito grande, foi ali que comecei a pegar meus alunos", diz a professora de dona Guiomar, Marilene de Souza Trajano.
"Ela perguntou se eu queria estudar. Eu disse que sim, me inscrevi e comecei a estudar com ela", conta dona Guiomar.
O centro da vila gira em torno do largo onde fica a escola. Em dia de sopa, ajuda quem pode e quer: a professora, as alunas, os filhos das alunas.
Camila Oliveira, de 18 anos, trabalha como voluntária. Boa vontade que herdou da mãe, a empregada doméstica Maria Emília de França. Analfabeta, criou sete filhos e só agora aprende as primeiras letras.
"Eu acho show de bola ela estar estudando. Foi a melhor coisa que ela fez. Ela ficou mais alegre, mais faceira. É a coisa mais querida!", elogia Camila.
"Eu mudei! Gosto muito de estudar", afirma dona Emília.
"Eu não sabia quase nada e agora já sei tudo. A única coisa que eu não sei ainda é juntar a letra e dizer a palavra. O resto, eu já sei tudo", garante a auxiliar de serviços gerais Maria Imbraina Santanna. "No meu serviço, eu não sabia fazer nada. Agora, eu faço até serviço de banco, graças a ela (a professora)".
"Além de dar aula para a gente aprender a ler e escrever, ela também ensinou a gente a ter autoestima. Era isso que eu tinha esquecido e que é muito importante", constata a empregada doméstica Teobaldina de Mello.
"Não tem dinheiro que pague isso", diz a professora, emocionada.
E olha quem foi encontrado na aula: Yuri, o garoto de 10 anos que foi atropelado. "Eu fico aqui para ver se a professora precisa de alguma ajuda. Quando ela precisa de alguma coisa, eu estou aqui para ajudar. Para todo mundo que me pergunta o que eu vou ser quando eu crescer, digo que vou ser médico, porque ajuda as pessoas. E como eu gosto de ajudar as pessoas, vou ser médico para ajudar um monte", revela.

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Diante do exposto gostaria de questionar com os leitores o seguinte:
1-    Você já se sentiu inseguro em alguma ocasião, ao ter que decidir algo importante sobre a educação dos seus filhos?
2-    Você considera que a realidade da educação nas famílias hoje é muito diferente de antigamente?
3-    Por que será que cada vez mais mãe e pai têm dificuldades de educar os filhos?
4-    Você considera que os pais devem influenciar os filhos nas decisões quanto ao futuro, quanto à carreira?
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Transcrevo abaixo um artigo de Alessandro Garcia que relata a perplexidade de se ter abundância de conhecimentos e mesmo assim os pais sentem a dificuldade de se educar um filho nos dias atuais. Este artigo faz um breve resumo sobre o livro de Vitória Camps: O que se deve ensinar aos filhos. É mais uma bibliografia que recomendo para leitura.

A aventura de educar os filhos

Atualmente, não é a ignorância a principal responsável pela dúvida sobre de que forma se deve realizar determinada ação ou proceder em determinado caso. A abundância de conhecimentos é o que produz mais perplexidade, maiores questionamentos e desorientação sobre um enorme leque de possibilidades que se abre. Nisto se inclui, com certeza, a paternidade e a forma de se educar os filhos, uma “arte” que nunca primou pela facilidade, mas que, nos dias atuais, encontra ainda mais empecilhos frente às técnicas diversas, e especialistas das mais diferentes correntes a afirmar o que se deve e o que não se deve ser feito.
O que se deve ensinar aos filhos é o título do livro e a pergunta que a filósofa espanhola Victoria Camps propõe para tornar ainda mais saudável tal debate, e tentar enriquecer todo e qualquer meio onde a questão da educação dos filhos se faz presente.

            Desde o começo, vê-se que a autora não pretende dar uma resposta definitiva sobre o tema. Já no prólogo esclarece não ser especialista em psicologia, nem em pedagogia ou qualquer outra disciplina que poderia ser mais apropriada para tratar sobre o tema. Utiliza-se, então, do que conhece: a filosofia e a experiência de ser mãe de três filhos (para ela, a tarefa de educar uma criança possui muito mais segredos e meandros do que os que poderiam ser transcritos em forma de um manual de instruções).
É para a vida que um filho é criado. Não há, portanto, regras rígidas e pré-estabelecidas para se obter êxito na boa educação de uma criança. Da mesma maneira que fatalmente uma mulher chega a ser mãe sem ter se preparado fundamentalmente para sê-lo, as receitas também de nada serviriam para tentar moldar os descendentes de quem se encarrega desta louca e maravilhosa tarefa.
            Se não há regras, no entanto, fica a cargo do instinto (ou, quem sabe, de um certo “talento natural”) a educação de um filho? Bem, se não há receita, para que serve escrever (e mesmo ler) um livro cujo título se propõe à elucidação? E, por favor, não se culpe uma possível tradução oportunista: o título original do livro aparece com a mesma tentadora frase em resposta às dúvidas de qualquer pai ou mãe (Qué hay que enseñar a Los Hijos).

            Victoria Camps, como boa filósofa que mostra ser, nada mais faz do que contribuir – e de maneira bem significativa – para as questões que invariavelmente se levantam nestas horas. E sua contribuição se dá de uma maneira prática e direta. Se é verdade que a abundância de conhecimentos gera mais perplexidade, a autora não se perde em rodeios ao abordar assuntos que considera de fundamental importância. Por isso, o livro é dividido em dezenove capítulos, nomeados com uma ideia ou conceito, que servem tanto para elaborar perguntas (e suscitar reflexões) quanto para abordar pontos primordiais sobre o que se é considerado virtude e passível de ser ensinado aos filhos.
E são ideias e conceitos essenciais – felicidade, caráter, responsabilidade, autoestima, respeito, gratidão, liberdade, amabilidade, etc. – que podem ser lidos como se consulta um dicionário (neste caso, buscando o significado que a autora coloca e que usa, na maioria das vezes, a partir do senso comum). Ou ainda regando-se ao prazer de estabelecer diálogo com a autora sobre determinados temas que se vinculam uns aos outros, como quem conversa com uma "mãe amiga" sobre os desafios da criação de uma criança. Afinal, é a despretensão que norteia as páginas do livro: despretensão de dar respostas definitivas, porque simplesmente não há respostas definitivas.
Começando pela "felicidade", a autora recorre a Sêneca para afirmar que “a vida feliz é a que está em conformidade com a natureza das coisas”. Frase que em si já é um ótimo argumento para reforçar que ser feliz pode ser simplesmente saber aceitar. Aceitar a própria realidade: a sua e a dos filhos que não devem ser o resultado das frustrações dos pais ou dos seus desejos pessoais não realizados.
No fim das contas, vê-se nisso uma certa ingenuidade; a mesma que abriga desejos de conquista da felicidade. Vista como algo tátil, ou como um objetivo a ser alcançado, ela nada mais é do que o próprio prazer da realização de tantas pequenas e grandes coisas. Ter em vista, continuamente, esta verdade, já poderia ser um grande "atalho" para muitos pais que nada mais querem a não ser felicidade dos filhos.
No entanto, educar uma criança para felicidade, para, digamos a "não realização" imediata e para a fuga dos modelos oferecidos pela sociedade é a grande questão. Como levar uma criança a entender que "felicidade" não está necessariamente na conquista do mais "belo", no mais "rico" e no mais "forte"? Cabe aos pais se perguntarem se não são os próprios fomentadores da disputa da satisfação a qualquer preço.
            Conforme vão se apresentando os capítulos, descobre-se o quanto é difícil proporcionar a tão sonhada "boa educação". Se a necessidade de se desvencilhar de regras rígidas esbarra em uma tentativa de “educar na liberdade”, quão irresponsáveis e indisciplinados não poderão ser nossos filhos? E como embutir-lhes o respeito sem produzir, ao mesmo tempo, o medo?
São perguntas que se estendem por exatas 118 páginas e que funcionam quase como um terapia de grupo de pais. Pois, longe da imposição pedagógica, dos “macetes” ou das formas “modernas” de educação, o que se tem neste livro é um material de leitura fácil e agradável.

            Como não poderia deixar de aparecer em um livro desta espécie, são gastas algumas páginas para um pequeno debate acerca da televisão. É um dos poucos momentos em que seu discurso se iguala ao de todos os detratores da TV, com argumentos já vistos e revistos. Considero perda de tempo acusar, igualmente, a publicidade como "manipuladora" e dar eco a teorias antiquadas que vêem os programas televisivos como "monstros devoradores da infância": “As crianças – há estatísticas que o confirmam – passam horas demais vendo televisão, e vendo certos programas que vão da trivialidade ao mau gosto, quando não caem no decididamente desaconselhável.”
São pontos, no entanto, que, de maneira alguma, ofuscam o valor da obra (e da sua conveniente contribuição em tempos onde tudo é "fácil", "rápido" e "descartável"). Livros assim servem como um lembrete de como é preciso manter-se atento às pequenas peculiaridades e aos grandes esforços durante a educação das crianças. Uma tarefa que não se reduz a pequenas receitas, e para a qual são necessários permanentes atenção e amor.
O que se deve ensinar aos filhos - 118 págs. São Paulo: Martins Fontes, 2003
Victoria Camps, natural de Barcelona e catedrática de filosofia moral da Universidad Autônoma de Barcelona. É autora de diversos livros, entre os quais: Virtudes Públicas, prêmio Espasa de Ensayo 1990; Los Valores de La Educación; Manual de Civismo, escrito em colaboração com Salvador Giner; e El Siglo de Las Mujeres, sua obra mais recente.



Após essa leitura peço que façam uma resenha crítica (Um texto com suas palavras, baseado nessas leituras sugeridas, deixando claro sua crítica a respeito das dificuldades em educar filhos hoje em dia) e me enviem por e-mail (soniajf23@yahoo.com.br), assim como um texto com as respostas das perguntas feitas na página 14 acima. Então passaremos para o segundo módulo do curso.

2 – EDUCAÇÃO DENTRO DO LAR

Hoje em dia, as famílias, independente da classe social a que pertencem se organizam das mais variadas maneiras. Além da família tradicional que é formada pelo pai, mãe e filhos aparecem hoje as famílias monoparentais, ou seja, somente a mãe ou somente o pai está presente.
            Outras famílias foram constituídas por novos casamentos e existem filhos advindos dessas novas relações. Ainda temos as grandes famílias, comuns na história brasileira, onde numa mesma casa convivem várias gerações, ou pessoas ligadas por graus de parentescos diversos. Também é possível encontrar várias famílias morando juntas, na mesma casa.
            Saliento que é um fato que as crianças têm direito de ser educadas no seio de suas famílias. Está presente no Estatuto da Criança e do Adolescente que a família é a primeira instituição social responsável pela efetivação dos direitos básicos das crianças.
            Portanto, as instituições escolares precisam ter diálogo aberto com as famílias, considerando-as como parceiras na educação dessas crianças. Nesse sentido, as instituições de educação infantil e seus profissionais devem desenvolver a capacidade de ouvir, de observar e aprender também com as famílias.
            É muito importante compreender o que ocorre com as famílias das crianças, entender seus valores, seus hábitos, como se relacionam com outras pessoas. Tudo isso poderá ajudar na construção em conjunto de ações em benefício das próprias crianças.


2.1 Analisando as atitudes dos pais


A falta de tempo dos pais: alguns pais não sabem nada sobre seus filhos, vivem ausentes de casa. Não têm tempo para conversar com os filhos. Os filhos não percebem a casa como um lar, apenas moram nela.

Pais que protegem demais: Eles tentam resolver todos os problemas dos filhos, se apegam excessivamente eles e, às vezes, consideram que os filhos não conseguirão enfrentar determinadas situações ajudando mais do que precisariam. Isso torna os filhos dependentes, precisando de atenção e ajuda constante de outras pessoas.

Pais autoritários, dominadores, exigentes: Esses pais ajudam a criar filhos impulsivos e agressivos, desenvolvendo neles uma personalidade insegura e instável. Desse modo eles terão dificuldades para se adaptarem aos grupos de amigos, às brincadeiras, dificultando suas amizades.

Pais que tudo permitem: Estes pais mimam demais os filhos e admitem seus caprichos. As crianças tornam-se egoístas e ficam esperando dos outros uma atenção contínua, não conseguem aceitar frustrações e reagem com impaciência e agressividade.

A indiferença de alguns pais para com os filhos: Esses pais não dão mostras de carinho e afeto. As crianças ficam tristes e fogem da convivência com os outros, têm dificuldades em relacionar-se porque não tiveram a base de afeto necessária para isso. Agem com os companheiros com a mesma frieza com que são tratados. Muitas vezes, essa indiferença significa uma rejeição aos filhos e os pais os tratam com prepotência e insensibilidade. Isso diminui a autoestima das crianças e resulta, mais tarde, em atitudes antissociais e agressivas.
            Está comprovado que, se as relações familiares, entre pai e mãe, entre pais e filhos e entre irmãos forem adequadas, os filhos conseguirão adaptar-se mais facilmente à convivência social fora de casa.
            Para os pais demonstrarem carinho com os filhos não precisam renunciar a exigir coisas deles. As próprias crianças demonstram que querem que os pais exijam delas, quando recebem menos atenção sentem-se menos queridas. Com carinho, os pais devem ter para com os filhos uma exigência compreensiva, ou seja, ser ao mesmo tempo compreensivos e exigentes. A compreensão sem exigência cria pais permissivos, e a exigência sem compreensão cria pais autoritários.

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Vamos ler um artigo que fala no tema: Falando sobre limites.

            FALANDO SOBRE LIMITES

                                               Por Sonia das Graças Oliveira Silva


Muitas vezes, impor limites é uma questão de bom senso. Na relação pais e filhos é vital que se tenha o diálogo, a compreensão e o amor. Por vezes, a indisciplina, o grito, o choro, são sinais, são pedidos de ajuda, são pedidos de limites por parte das crianças. Quando os pais cedem e não percebem, eles praticamente deixam as crianças sem parâmetros para a vida.
            Existem famílias que dão tanta liberdade para os filhos que mais parece abandono. Não demonstram preocupação, nem tentam corrigi-los nos erros ou ajudá-los em seus problemas. Essa autonomia dada pelos pais aos filhos deve ser observada. A educação da atualidade fez com que pais se tornassem muito modernos e desaprendessem de dizer não. A liberdade excessiva produz adultos sem noção de limites e responsabilidades.
            As noções de educação dos filhos passaram por grandes mudanças, desde quando o pai, senhor absoluto da casa fazia com que os filhos o respeitassem e obedecessem, não sendo possível por parte dele nenhum gesto de carinho aos filhos. Os anos 90 trouxeram pais que procuravam encontrar um ponto de equilíbrio entre aquela autoridade opressiva e a noção de liberdade sem fronteiras que a sucedeu.  
            Educar implica batalhas. E há que se pensar em para que e como se educar. É preciso ter clareza quando for dizer não. Os pais não podem abrir mão de sua autoridade de pais ao educar e nem devem ter medo ao enfrentar o filho em seus momentos de raiva.
            A educação com baixos limites tem causado resultados desastrosos. Segundo o Psicólogo Armando Correa de Siqueira Neto, alguns pontos-chave são destacados no processo de educação como, o sacrifício. A tarefa da educação requer sacrifícios como o da paciência, perseverança e firmeza. No dia-a-dia é que se constrói a educação, portanto, a sua manutenção persistente é fundamental. A constância permite um resultado bem melhor.
            Consciência e vontade na educação dos filhos são fundamentais. Atitudes como deixar que os filhos decidam sozinhos sobre suas vidas e seus afazeres é fugir das responsabilidades de pais e de educadores e não é educar. Educação envolve erros e acertos. Tão errado como abandonar os filhos é achar que eles devem seguir à risca tudo que foi idealizado pelos pais. Não existe uma receita infalível que transforma filhos em adultos felizes e bem sucedidos.
            Educar envolve a consciência. Os pais precisam se questionar se estão educando para a autoconfiança e autoestima dos filhos. Precisam ter clareza mental, ter equilíbrio, o que levará a harmonia, serenidade, flexibilidade e espontaneidade. 

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É necessário haver um debate onde questionaremos alguns fatos:

Qual é a realidade de nossas crianças hoje em dia? Como andam as famílias?
Como anda seu tempo para seu filho?
Você é um pai ou mãe que tudo permite? Ou você impõe limites a seu filho?
Você agrada seus filhos com muitos presentes, como que justificando sua ausência em casa ao lado deles?
Você acredita que o mais importante não é a quantidade de tempo no lar, mas a qualidade do tempo ao lado dos filhos?
Responda a algumas dessas questões e passaremos para o módulo seguinte.

3 – A CAMINHO DA PRIMEIRA ESCOLA

O ser humano está o tempo todo aprendendo. Nesse sentido é papel fundamental da família decidir, desde cedo, o quê sua criança precisa aprender e qual escola deverá frequentar.
            O ingresso na escola é um evento muito importante na vida de uma criança, pois é o primeiro passo rumo à independência em relação aos pais. Trata-se da preparação de um espaço próprio, que marcará sua trajetória para o futuro.
            Para os pais também se trata de um tempo decisivo, principalmente se é o primeiro filho. É um momento de separação, tem-se a impressão de que aquele bebê cresceu e está se tornando menos dependente, e nós pais, não gostamos disso, pois queremos nossos “filhotes” sempre ao nosso redor.
Quando este novo espaço surge, vários sentimentos se entrelaçam em função da “separação” que acontece com a ida da criança para a instituição de educação infantil. Estes sentimentos evidenciam o desejo que a mãe tem de que a criança se adapte na escola ou não. Quando se menciona a questão de não querer que o filho fique na escola, não é um pensamento premeditado e sim um sentimento que foge ao controle dos pais.
Segundo Joana Maria Rodrigues Di Santo, Pedagoga, Psicopedagoga, Mestre em Educação, diretora do CRE e Consultora em Educação, alguns pais sentem-se culpados por colocarem os filhos muito cedo na escola. No entanto, nos dias de hoje, em que as famílias são cada vez menores o que dificulta as relações das crianças com outras da mesma idade, o fato de muitas delas ingressarem na escola nos primeiros anos de vida pode representar um ganho, favorecendo o desenvolvimento infantil.
            Alguns cuidados são importantes para o ingresso da criança na primeira escolinha, pois é um ambiente novo, muitas pessoas estranhas, com outras regras diferentes a seguir.
É necessário preparar a criança para sua entrada na escola. Levá-la para conhecer as instalações, mostrando tudo com entusiasmo, pode ser o primeiro passo.
            Quanto mais nervosos os pais parecerem, mais apavorada ficará a criança. Ela poderá entender que, se sua mãe está tão ansiosa, parecendo triste ao despedir-se dela é porque não deve ser muito bom ficar neste colégio. Daí para começar o choro é rapidinho. E, não raras as vezes, que choram as duas, a mãe e a criança.
            Por isso, é tão importante os pais ficarem calmos e naturais, transmitindo, assim, essa calma e naturalidade para sua criança. A escola deve ser um lugar de prazer para seu filho e um ingresso tranquilo na vida escolar ajudará a criança a se relacionar com o novo ambiente e a enfrentar alguma dificuldade que porventura surgir.
Depende muito da habilidade e eficiência dos pais escolherem a escola adequada às expectativas da família, e, é claro, que vá agradar a pessoa mais interessada: a criança. Os pais deverão estar atentos às diversas propostas oferecidas na cidade. E são tantas! São muitas propagandas recebidas em casa ou veiculadas pelos meios de comunicação. Cada uma apregoando mais e mais maravilhas que sua criança irá vivenciar se estudar naquela escola!
Cuidar de uma criança em um contexto educativo demanda a integração de vários campos de conhecimentos e a cooperação de profissionais de diferentes áreas.
São muitos os aspectos a considerar, assim vejamos:

- Você entende a escola de educação infantil como um lugar para passar o tempo da criança? Um lugar onde deixá-la por algumas horas?
- Ou você acha que é bom que seu filho vá para a escola para conviver com outras crianças de sua idade e não importa qual é a proposta pedagógica da escola?
- Você se preocupa em saber quais os princípios de ensino-aprendizagem seguidos pela escola? Você sabe quais são os valores humanos e sociais que essa escola preconiza?
Alguns valores considerados importantes pela escola devem ser analisados pelos pais. Por exemplo: se a escola considera importante a participação dos pais e da comunidade na vida escolar.
            Essa escola respeita as diferenças individuais e culturais de cada um?
            Os professores trabalham em conjunto? Eles acreditam na capacidade e no desejo de aprender das crianças? A escola está empenhada na formação de seres humanos melhores e está ensinando valores compatíveis com essa formação?
            A escola entende que é necessário à criança brincar muito, visto que isso ajuda em seu desenvolvimento? Valoriza o tempo de brincadeiras, incentivando-as e ensinando a criança a brincar?
Essa escola respeita a idade da criança de 4 ou 5 anos, não a obrigando a se alfabetizar se não for de sua vontade? Isso poderá acontecer automaticamente desde que a criança participe por sua livre vontade de atividades voltadas para a alfabetização.  
            Na visita à escola deve-se observar tudo, perguntar tudo que tiver vontade, não levar dúvidas para casa, pois você entrará em pânico se houver dúvida. Perceber a forma de atendimento, observar algumas atividades, ver se há facilidade para estacionamento, observar como é a entrada e a saída de crianças, se existem porteiros ou pessoas responsáveis pela entrada e saída das crianças.
Outro ponto a ressaltar é quanto ao espaço físico. É primordial ter um espaço bom, tanto interno quanto externo, ao ar livre, de preferência, com áreas verdes.
É preciso haver muita limpeza, ordem, organização dos espaços.
Os objetos escolares precisam ser do tamanho adequado às crianças.
Play-grounds modernos, com brinquedos próprios para evitar que as crianças se machuquem.
No caso de escadas, verificar se há o uso de material antiderrapante.
Cozinha em perfeitas condições de higiene, com funcionários preparados para este serviço.
Verificar tudo em relação à segurança da criança.
Havendo tanque de areia, verificar se é coberto para não haver contaminação com fezes de animais e a troca e lavagem da areia periodicamente.
            Enfim, são muitos pontos, que podem fazer com você seja até considerado “chato” por algumas pessoas da escola, mas se isso acontecer será um bom motivo para você perceber que essa escola não será boa para seu filho. Você deve estar sim, preocupado com o lugar onde seu filho passará grande parte do dia.
            Desse modo, as instituições de ensino infantil precisam favorecer um ambiente físico e social onde as crianças se sintam protegidas e acolhidas, e ao mesmo tempo seguras para se arriscar e vencer desafios. Quanto mais rico e desafiador for esse ambiente, mais ele lhes possibilitará a ampliação de conhecimentos acerca de si mesmos, dos outros e do meio em que vivem.
Aos pais, resta perceber se a escola, preocupada em fazer com que os alunos desenvolvam capacidades, ajusta sua maneira de ensinar e seleciona os conteúdos de modo a auxiliá-los a se adequarem às várias vivências a que são expostos em seu universo cultural; se ela considera as capacidades que os alunos já têm e as potencializa; se, preocupa-se com aqueles alunos que encontram dificuldade no desenvolvimento das capacidades básicas.
Embora os indivíduos tenham a tendência, em função de sua natureza, a desenvolver capacidades de maneira heterogênea, é importante salientar que a escola tem como função potencializar o desenvolvimento de todas as capacidades, de modo a tornar o ensino mais humano, mais ético.

3.1 Quanto ao perfil profissional do professor de educação infantil

            O professor (dirijo-me de forma genérica, pensando em professor ou professora) que trabalha direto com crianças precisa ter uma competência polivalente. Isso significa dizer que deverá trabalhar com conteúdos de naturezas diversas, que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento.
            Torna-se necessário, então, uma formação bastante ampla do profissional, que deverá refletir constantemente sua prática, aperfeiçoar-se sempre. É importante também, que haja um debate com colegas, diálogo com as famílias e a comunidade, sempre na busca de informações novas para o trabalho que desenvolve.
            Segundo a educadora Guiomar Namo de Mello, em entrevista para a revista Nova Escola (2004), em resposta à pergunta: Como deveria ser o currículo para formar professores competentes?
            A educadora responde que “ninguém ensina o que não aprendeu”. Por isso o curso de formação precisa dar peso grande ao conteúdo que vai ser ensinado.  

Abaixo transcrevo um poema que considerei uma ótima definição do professor que trabalha com carinho e arte.

[...]
Arte está em toda parte                    

Arte está em toda parte
Está na educação
Pedagogia é uma arte
A arte de conduzir
Abrir novos horizontes
E acreditar no porvir
Professor,
Arte é a reflexão
De sua prática educativa
Arte é ser mediador
Arte é ser pesquisador
É ser facilitador
Arte é tudo que incentiva

Professor,
Na arte de ensinar
A ação que mais fascina
É sua arte de moldar
O que já é obra prima.

Obra prima sem minuta
Exige arte e desvelo
Depende da sua conduta
De estima ou de zelo.
Arte, professor, é...
Ao entrar em sua sala
Perceber cada educando
Cada um com sua fala
Outros até se calando

É como a arte de ler o vento
Que diz como está o tempo
Professor, esse é o momento
Da arte de se ler
Ler seus educandos
Que são artistas esperando
Fazer arte para aprender
Arte está em toda parte
Está na vida!
Vida.
Obra de arte divina
Tudo que se descortina
É a arte de viver bem
Como? Arte? Onde se vê?
Quem é o artista?
O artista desta arte
Encontra-se em toda a parte
Um deles... pode ser você!

*(Maria Terezinha Alves Castilho) - Supervisora de educação infantil da Escola Municipal Padre Germano Mayer - Arapongas/

PARA REFLETIR: Um pequeno poema que diz muita coisa:

Professora
“Ela entrou na sala e viu rostos que perscrutavam, indagavam, esperavam. Começou a dizer-lhes de suas férias, mas descobriu que esta palavra ali era oca e distante. Abriu então seu caderno de planos e quis ensinar-lhes as maravilhas que ali escrevera, mas aprendeu que menino triste não tem gosto para manejar o lápis. Quis ensinar uma canção, mas o canto se tornou um choro. Tentou contar-lhes de bruxas, de fadas, de gigantes, mas percebeu que não crêem em fantasias os meninos que vivem da verdade de cada dia.
Por um instante a professora não encontrou o que fazer. Então, apenas sorriu para a classe e decidiu dar-lhes primeiro a sua amizade.
Depois, mansamente, lhes daria ensinamentos.
Bem-aventurada!”

(Maria Célia Bueno) do livro: A educação pré-escolar, Marieta Lúcia Machado Nicolau.


Analisando esse 3º módulo podemos considerar a seguinte questão:
Quais as principais causas do ingresso de crianças bem pequenas nas instituições de ensino?

4 – A ESCOLA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO

            “O papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das sociedades amplia-se ainda mais no despertar do novo milênio e aponta para a necessidade de se construir uma escola voltada para a formação de cidadãos” (PCNs, 1998).
            Na escola, durante processos de socialização, a criança tem a oportunidade de desenvolver a sua identidade e autonomia. Interagindo com os amiguinhos se dá a ampliação de laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras crianças e com os adultos. Isso poderá contribuir para o reconhecimento do outro e para a constatação das diferenças entre as pessoas; diferenças essas, que podem ser aproveitadas para o enriquecimento de si próprias.
            As instituições de educação infantil se constituem em espaços de socialização, propiciam o contato e o confronto com adultos e crianças de várias origens socioculturais, de diferentes religiões, etnias, costumes, hábitos e valores, fazendo dessa diversidade um campo privilegiado da experiência educativa.
            Desse modo, na escola, criam-se condições para as crianças conhecerem, descobrirem e ressignificarem novos sentimentos, valores, ideias, costumes e papéis sociais.
            A escola deve dar total atenção à criança como pessoa, que está num contínuo processo de crescimento e desenvolvimento, compreendendo sua singularidade, identificando e respondendo às suas necessidades.
            A atenção recebida na escola reflete na criança fazendo com que tome consciência do mundo de diferentes maneiras em cada etapa de seu desenvolvimento. As transformações que ocorrem em seu pensamento se dão simultaneamente ao desenvolvimento da linguagem e de suas capacidades de expressão.
            A criança bem atendida, considerada um cidadão, enquanto cresce se depara com fenômenos, fatos e objetos do mundo; pergunta, reúne informações, organiza explicações e arrisca respostas. Desse modo, ocorrem mudanças fundamentais no seu modo de conceber a vida, a natureza e a cultura.
Além de promover a educação da criança, mostrando o correto, muitas vezes a escola terá que propiciar situações para que os pais reflitam sobre seus papéis e atribuições, tendo em vista que seus filhos permanecem mais tempo com os profissionais da escola do que com eles mesmos.
            A criança é movida pelo interesse e curiosidade, e, motivada pelas respostas dadas pelo profissional da escola, através de informações vindas dos livros, notícias, reportagens, televisão, rádio, etc. ela ficará segura, sentindo-se protegida naquele espaço onde é cidadã.
            A infância é um período de desenvolvimento cultural do ser humano, cuja importância vai ficando cada vez mais clara e precisa à medida que avançam os conhecimentos sobre o desenvolvimento do cérebro.
As descobertas nes­ta área já são tão importantes que chegam a afetar a nature­za de currículos da Educação Infantil em alguns países. É o caso, por exemplo, da França, que introduziu um currículo para a infância apoiado em pilares diferenciados dos que nortearam a educação da in­fância durante a maior parte do século XX[2].
Neste novo currículo, as práticas culturais da infância ganham relevo e o tempo é distribuído de forma que ativi­dades que envolvam música e movimento sejam equiparadas em importância às atividades mais especificamente volta­das à apropriação da leitura e da escrita. Busca-se, assim, uma escolarização que vise à formação da criança enquan­to ser de cultura em desenvol­vimento.
           
4.1 O papel da escola

Se acreditarmos que o principal papel da escola é o desenvolvimento integral da criança, devemos considerá-la em suas várias dimensões: afetiva, ou seja, nas relações com o meio, com as outras crianças e adultos com quem convive; cognitiva, construindo conhecimentos por meio de trocas com parceiros mais e menos experientes e do contato com o conhecimento historicamente construído pela humanidade; social, frequentando não só a escola como também outros espaços de interação como praças, clubes, festas populares, espaços religiosos, cinemas e outras instituições culturais; e finalmente na dimensão psicológica, atendendo suas necessidades básicas como higiene, alimentação, moradia, sono, além de espaço para fala e escuta, carinho, atenção, respeito aos seus direitos (MEC, 2005).
Podemos então observar que os Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados pela Secretaria de Educação Fundamental do Ministério da Educação (MEC), em 1998, ressaltam tudo isso do seguinte modo: são objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam capazes de:
• compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;
• posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;
• conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao país; 
• conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais; 
• perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;
• desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania;
• conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;
• utilizar as diferentes linguagens – verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;
• saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos; 
• questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.
O que temos ainda hoje é um caminho a ser percorrido. Um caminho de cooperação que só será efetivo se os pais compreenderem que à escola não cabe exercer a função moral da família. E, se a escola promovesse ações de conscientização junto a essas famílias para que ficasse clara a importância do dever de cada um no desenvolvimento do aluno/filho, e que, embora essa parceria escola e família seja essencial, cada um desses setores deve conservar suas particularidades (DI SANTO, 2007).

Você acha que a escola está se preocupando em formar cidadãos? Escreva algo sobre isso.

5 – A RELAÇÃO FAMÍLIA e ESCOLA

          
A qualidade da Educação Infantil depende, cada vez mais, da parceria entre a escola e a família. Abrir canais de comunicação, respeitar e acolher os saberes dos pais e ajudar-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas beneficiadas são as nossas crianças pequenas (CARRARO, 2006, p. 31)[3].

Em casa a criança experimenta o primeiro contato social de sua vida, convivendo com sua família e os entes queridos. As pessoas que cuidam das crianças, em suas casas, naturalmente possuem laços afetivos e obrigações específicas, bem como diversas das obrigações dos educadores nas escolas. Porém, esses dois aspectos se complementam na formação do caráter e na educação de nossas crianças.
            A participação dos pais na educação dos filhos deve ser constante e consciente. A vida familiar e escolar se completa.
Torna-se necessária a parceria de todos para o bem estar do educando. Cuidar e educar envolve estudo, dedicação, cooperação, cumplicidade e, principalmente, amor de todos os responsáveis pelo processo, que é dinâmico e está sempre em evolução.
            Os pais e educadores não podem perder de vista que, apesar das transformações pelas quais passa a família, esta continua sendo a primeira fonte de influência no comportamento, nas emoções e na ética da criança.
            É fato que família e escola representam pontos de apoio e sustentação ao ser humano e marcam a sua existência. A parceria família e escola precisa ser cada vez maior, pois quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos serão os resultados na formação do sujeito.
A parceria com a família e os demais profissionais que se relacionam de forma direta ou indireta com a criança é que vai ser o diferencial na formação desse educando. A vida nessa instituição deve funcionar com base na tríade pais – educadores – crianças, como destaca Bonomi (1998). O bom relacionamento entre esses três personagens (dois dos quais são protagonistas na escola – educadores e crianças) é fundamental durante o processo de inserção da criança na vida escolar, além de representar a ação conjunta rumo à consolidação de uma pedagogia voltada para a infância.
            A Professora Di Santo lembra que a fundamentação para a relação educação/escola/família como um dever da última para com o processo de escolarização e importância de sua presença no contexto escolar é publicamente amparada pela legislação nacional e diretrizes do MEC, aprovadas no decorrer dos anos 90, tais como: Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), nos artigos 4º e 55; Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96), artigos 1º, 2º, 6º e 12; Plano Nacional de Educação (aprovado pela Lei nº 10172/2007), que define como uma de suas diretrizes a implantação de conselhos escolares e outras formas de participação da comunidade escolar (composta também pela família) e local na melhoria do funcionamento das instituições de educação e no enriquecimento das oportunidades educativas e dos recursos pedagógicos e, ainda, a Política Nacional de Educação Especial, que tem como uma de suas diretrizes gerais: adotar mecanismos que oportunizem a participação efetiva da família no desenvolvimento global do aluno.
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Abaixo transcrevo um artigo já publicado exatamente neste tema: Relação família/escola.

A RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA

                                               Por Sonia das Graças Oliveira Silva

            Hoje em dia há a necessidade de a escola estar em perfeita sintonia com a família. A escola é uma instituição que complementa a família e juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência de nossos filhos e alunos. A escola não deveria viver sem a família e nem a família deveria viver sem a escola. Uma depende da outra na tentativa de alcançar o maior objetivo, qual seja, o melhor futuro para o filho e educando e, automaticamente, para toda a sociedade.      
            Um ponto que faz a maior diferença nos resultados da educação nas escolas é a proximidade dos pais no esforço diário dos professores. Infelizmente, são poucas as escolas que podem se orgulhar de ter uma aproximação maior com os pais, ou de realizarem algumas ações neste sentido. Entretanto, estas ações concretas, visando atrair os pais para a escola, podem ser uma ótima saída para formar melhor os alunos dentro dos padrões de estudos esperados e no sentido da cidadania.
            Atualmente, os pais devem estar cada vez mais atentos aos filhos, ao que eles falam, o que eles fazem, as suas atitudes e comportamentos. E, apesar de ser difícil, a escola também precisa estar atenta. Eles se comunicam conosco de várias formas: através de sua ausência, de sua rebeldia, seu afastamento, recolhimento, choro, silêncio. Outras vezes, grito, zanga por pouca coisa, fugas, notas baixas na escola, mudanças na maneira de se vestir, nos gestos e atitudes. Os pais devem perceber os filhos. Muitas vezes, através do comportamento, estão querendo dizer alguma coisa aos pais. E estes, na correria do dia-a-dia, nem prestam atenção àqueles pequenos detalhes.
            Por vezes, os jovens estão tentando pedir ajuda e, mesmo achando que o filho ultimamente está “meio estranho”, muitos pais consideram isso como normal, “coisa de adolescente”, vai passar, é só uma fase. Há que se observar estes sinais. Podem dizer muito de problemas que precisam ser solucionados, como inadequação, dificuldades nas disciplinas, com os colegas, com os professores, e outras causas.
            Aí entra a parceria família/escola. Uma conversa franca dos professores com os pais, em reuniões simples, organizadas, onde é permitido aos pais falarem e opinarem sobre todos os assuntos, será de grande valia na tentativa de entender melhor os filhos/alunos. A construção desta parceria deveria partir dos professores, visando, com a proximidade dos pais na escola, que a família esteja cada vez mais preparada para ajudar seus filhos. Muitas famílias sentem-se impotentes ao receberem, em suas mãos os problemas de seus filhos que lhe são passados pelos professores, não estão prontas para isso.
            É necessária uma conscientização muito grande para que todos se sintam envolvidos neste processo de constantemente educar os filhos. É a sociedade inteira a responsável pela educação destes jovens, desta nova geração.
            As crianças e jovens precisam sentir que pertencem a uma família. Sabe-se que a família é a base para qualquer ser, não se refere aqui somente família de sangue, mas também famílias construídas através de laços de afeto. Família, no sentido mais amplo, é um conjunto de pessoas que se unem pelo desejo de estarem juntas, de construírem algo e de se complementarem. É através dessas relações que as pessoas podem se tornar mais humanas, aprendendo a viver o jogo da afetividade de modo mais adequado.
            Percebe-se que muito tem sido transferido da família para a escola, funções que eram das famílias: educação sexual, definição política, formação religiosa, entre outros. Com isso a escola vai abandonando seu foco, e a família perde a função. Além disso, a escola não deve ser só um lugar de aprendizagem, mas também um campo de ação no qual haverá continuidade da vida afetiva. A escola que funciona como quintal da casa poderá desempenhar o papel de parceira na formação de um indivíduo inteiro e sadio. É na escola que deve se conscientizar a respeito dos problemas do planeta: destruição do meio ambiente, desvalorização de grupos menos favorecidos economicamente, etc.
            Na escola deve-se falar sobre amizade, sobre a importância do grupo social, sobre questões afetivas e respeito ao próximo.
Reforço aqui a necessidade de se estudar a relação família/escola, onde o educador se esmera em considerar o educando, não perdendo de vista a globalidade da pessoa, percebendo que, o jovem, quando ingressa no sistema escolar, não deixa de ser filho, irmão, amigo, etc.
            A necessidade de se construir uma relação entre escola e família, deve ser para planejar, estabelecer compromissos e acordos mínimos para que o educando/filho tenha uma educação com qualidade tanto em casa quanto na escola.


5.1 – A importância da família na vida da criança

O primeiro grupo de pessoas com quem a criança, ao nascer, tem contato é a família. É interessante que logo a criança já demonstra suas preferências, seus gostos e suas diferenças individuais. Também a família tem seus hábitos, suas regras, enfim, seu modo de viver. É desse modo que a criança começará a aprender a agir, a se comportar, a demonstrar seus interesses e tentará se comunicar com esta família.
Está aí, neste círculo de pessoas que rodeiam a criança, a fonte original da identidade da criança.
Desde cedo, os pais precisam transmitir à criança os seus valores, como, ética, cidadania, solidariedade, respeito ao próximo, autoestima, respeito ao meio ambiente, enfim, pensamentos que leve essa criança a ser um adulto flexível, que saiba resolver problemas, que esteja aberto ao diálogo, às mudanças, às novas tecnologias.
A criança já aprende desde pequena o que a mãe não gosta, o que é perigoso, o que pode e o que não pode fazer. Percebe-se, então, a importância da orientação dos pais.
À família cabe entender que a criança precisa de liberdade, mas por si só não tem condições de avaliar o que é melhor ou pior para ela mesma. A família é o suporte que toda criança precisa e, infelizmente, nem todas têm. É o sustentáculo que vai ajudar a criança a desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania;

            Aqui faço uma sugestão de leitura e peço que elabore um pequeno resumo do que você entende sobre a importância da família na vida da criança.

Livro: OS FILHOS VÊM DO CÉU
Sub Titulo: Técnicas positivas de educar os filhos...
Autor: John Gray, PH. D.
Tradução:Ione Maria de Souza


        O célebre escritor sabe o quão difícil e incerta é a tarefa de educar um filho – ele tem uma filha e duas enteadas – e acredita que os pais nunca cometem erros por falta de amor, mas por não conhecer uma maneira melhor de educar. Ao partir do princípio de que os jovens de hoje são muito mais sofisticados e conscientes, Gray conclui que eles têm necessidades diferentes dos de antigamente. Portanto, se os pais quiserem que eles sejam aptos a competir no mundo atual, precisam prepará-los com os métodos mais modernos e adequados.
        As técnicas apresentadas no livro servem para filhos de qualquer idade e têm efeito imediato em seu comportamento.
        Gray sugere um método não punitivo de educação. Segundo ele, as crianças podem ser voluntariosas, desde que cooperadoras. Sua vontade deve ser incentivada, em vez de anulada, o que é fundamental para desenvolver a confiança, a sensibilidade e a cooperação. Se no passado tentava-se criar filhos submissos, hoje é preciso torná-los líderes confiantes. Para que isso aconteça, eles não devem ser controlados pelo medo de apanhar.
      Segundo o autor, a violência não só gera sujeitos sem iniciativa como também cruéis. Uma pessoa só respeita as outras quando é respeitada. Por isso, o pai e a mãe devem pedir, em vez de exigir; buscar a cooperação, não a obediência; recompensar, não punir. Alguém questiona que um chefe obtém melhores resultados quando não abusa da autoridade e incentiva seus subordinados?
      Seguindo esta lógica, Gray defende que não há necessidade de destacar os erros cometidos pelos filhos, mas de enfatizar e recompensar o que eles fazem corretamente. E a forma mais saudável de fazer isso é oferecendo a eles mais tempo com os pais. É o que acontece quando a mãe diz, por exemplo: “Se você se vestir logo, teremos tempo de tomar um sorvete depois” Assim, a criança se sente motivada a fazer o que deve ser feito. Não vale a pena obter dela um excelente comportamento se for à custa de sua autoestima, com palmadas, ameaças e sanções.
      O que torna uma criança mimada não é dar-lhe mais, é dar-lhe mais para evitar confrontos. E há uma grande diferença entre um pirralho lamuriento e um pequeno brilhante negociador.
      Para aquelas situações em que nada parece funcionar, quando o filho não faz o que os pais querem de jeito algum, Gray admite o uso de um último recurso: a suspensão. Trata-se de deixá-lo sozinho, privado das coisas de que mais gosta.                      O autor recomenda um minuto de suspensão para cada ano de vida do rebento – se seu filho tem 7 anos, deixe-o isolado por sete minutos nesses momentos críticos. Parece pouco, mas Gray assegura ser o suficiente, desde que a suspensão nunca seja usada com ameaça prévia e não seja entendida como um castigo.
O método pretende que pais e filhos tenham sempre em mente cinco mensagens: 1) É bom ser diferente; 2) É bom cometer erros; 3) É bom expressar emoções negativas; 4) É bom querer mais e 5) É bom dizer não, mas lembrem-se de que mamãe e papai é que mandam. E que não se pense que Gray é excessivamente benevolente. Ele diz coisas como “Deus fez as crianças pequeninas para que os pais possam levantá-las e mudá-las de lugar” e “Às vezes, a criança precisa apenas chorar bastante para se sentir melhor”.
      Quando John Gray chamou seu livro de Os filhos vêm do céu, ele quis dizer que todos nascem bons. Sua teoria é de que não existe criança má, apenas criança fora do controle dos pais. E aqui ele explica como os filhos devem ser educados, levando-se em conta fatores como temperamento, ritmo de aprendizagem e tipo de inteligência.
      Ao longo da obra, diversas questões vêm à tona. Como tornar as tarefas divertidas? Como lidar em público com uma criança exigente? Como dar ordens a um adolescente? Quais as peculiaridades de filhos de pais divorciados? O que fazer quando o filho usa drogas? Como lidar com a linguagem desrespeitosa? Tudo é respondido com grande conhecimento de causa.
      E como estamos falando do autor de Homens são de Marte, mulheres são de Vênus, é claro que as diferenças entre meninos e meninas têm especial destaque.

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Abaixo faço uma enquete para meus leitores amigos:

1 – Qual o real papel de pais e educadores na educação de hoje?
2 – Como pais e educadores podem contribuir para formação do ser integral?
3 – A educação do século XXI requer novas habilidades e os pais e educadores estão preparados para este desafio?
4 – Qual a importância da educação familiar?
 5 – Quais responsabilidades a família e a escola possuem no desenvolvimento do indivíduo?
6 – Você, professor, já se encontrou em alguma situação difícil em relação à família de seu(a) aluno(a)?
7 – Você tem percebido diálogo entre família e escola?



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ABRAMOVICH, Fanny. Quem educa quem? São Paulo: Summus, 1985.


ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.


BRASIL. MEC – Coordenação de Educação Infantil – DPEIEF/SEB – Revista CRIANÇA – do professor de educação infantil. Brasília, DF, nº 42, dez/2006.


BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8.069/1990. Brasília, DF, 1990.


BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, MEC/SEF, 1997.


BONOMI, Adriano. O relacionamento entre educadores e pais. In: BONDIOLI, Anna; MANTOVANI, Susanna. Manual da Educação Infantil de 0 a 3 anos. POA: ArtMed, p. 161-184, 1998.


CASTILHO, Gerardo. Educar para a amizade, Editora Quadrante, 1999.


COSTA, Anna MARIA. Conheça o seu filho. Editora Quadrante.


DI SANTO, Joana Maria R. Centro de Referência Educacional – Consultoria e Assessoria em Educação. Disponível em: <http://www.centrorefeducacional.com.br>. Acesso em outubro/2007.


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_____. Criança e Infância. Disponível em: Artigonal. http://www.artigonal.com/ciencia-artigos/crianca-e-infancia-477598.html

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_____. Falando sobre limites. Disponível em: http://www.artigos.com/artigos-academicos/1423-falando-sobre-limites e http://www.artigonal.com/educacao-artigos/falando-sobre-limites-382503.html


_____. A Relação Família/Escola. Artigonal. Disponível em: http://www.artigonal.com/ciencia-artigos/a-relacao-familiaescola-477589.html


_____. Estresse Infantil: Disponível em: http://www.artigonal.com/ciencia-artigos/estresse-infantil-477595.html


_____. Educação dos Filhos: Tarefa difícil: Disponível em: http://www.artigonal.com/educacao-artigos/educacao-dos-filhos-tarefa-dificil-382497.html
                                                                                                                                 

_____. Os pais e a escolha da escola para seus filhos. Disponível em: http://www.artigonal.com/educacao-artigos


_____.Educação no lar. Disponível em: http://www.artigos.com/artigos-academicos/pedagogia/1183-educacao-no-lar


_____. Os pais – Como ter um remoto controle sobre a TV. Disponível em:  http://www.artigos.com/artigos-academicos/1933-os-pais-como-ter-um-remoto-controle-sobre-a-tv


STENSON, James B. Filhos: Quando educá-los? Ed. Quadrante.


TIBA, Içami. Quem ama, educa! Editora Gente, 2002.





[1] Sonia das Graças Oliveira Silva.  Professora, Empresária, Especialista em Educação Infantil pela FACED, Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Especialista em Mídia e Deficiência, pela FACOM, Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora e Especialista em Arte. Cultura e Educação, também pela UFJF.
§ É importante ressaltar que sempre falarei em pais, simbolizando o pai e a mãe e sempre falarei em filhos, simbolizando filhos e filhas.
[2] Revista CRIANÇA, publicação do MEC/SEB, nº 42, 2006.
[3] CARRARO, Renata. Reportagem Revista Criança – MEC/SEB, 2006.