terça-feira, 15 de novembro de 2011

Os pais – Como ter um remoto controle sobre a TV


Os pais – Como ter um remoto controle sobre a TV

Por: Sonia das Graças Oliveira Silva


Nos modernos tempos de globalização, em que a televisão, a internet, os videogames, são realidades presentes no cotidiano de grande parte da população, a influência destes recursos tecnológicos sobre os jovens é muito grande. Diante disso pode ser negativo deixar crianças e jovens expostos à influência absoluta dos meios de comunicação.

Na afirmação de alguns estudiosos, eles podem estar correndo o risco, entre outras coisas, de se tornar espectadores passivos, sem concentração, presas fáceis da obesidade, do consumismo e da violência, acarretando um baixo rendimento escolar, diminuição da comunicação familiar e aumento da atividade sexual precoce.

Estes aspectos negativos podem ser evitados e combatidos com uma postura crítica e criativa dos pais, familiares e educadores. Há que se perceber que o ideal não é proibir totalmente os filhos de assistir televisão, jogar videogame ou conectar-se à internet, mas sim criar com estes adolescentes, uma relação de confiança, proximidade e cumplicidade, que possibilite, além da diminuição do tempo de exposição a tais recursos tecnológicos, um estreitamento de relações emocionais, uma troca de experiências, diálogo sobre vários assuntos, inclusive sobre os conteúdos dos programas de TV.

É também uma forma dos adultos aproximarem-se mais dos jovens. Quanto aos adultos, toda vez que posicionarem-se contra programas considerados inadequados, interagindo, boicotando, telefonando, enviando e-mails às instituições, emissoras, indústrias, exigindo adequação dos programas e ou produtos a horários e faixas etárias, eles estarão assumindo a função de cidadãos conscientes, responsáveis, críticos e ativos, e podem fazer valer seu poder de público consumidor, frente aos desafios da atualidade e, principalmente, transformarão recursos tecnológicos em aliados na formação e desenvolvimento das novas gerações.

Considere-se que a presença dos pais na vida dos filhos é a melhor prevenção contra a violência, o consumismo e a desumanização. A presença, seguida do diálogo e compreensão, são meios inteligentes para educar e encontrar soluções. Conforme Oliveira Silva (2004), em trabalho monográfico, da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), cujo tema é A Televisão e a Criança,
 
"Devemos considerar como atitude mais adequada para os pais, saberem o que os filhos assistem pela TV e conversar com eles sobre a programação. Se forem assuntos polêmicos e que vão contra a formação dada em casa, é melhor discutir com eles sobre o que diz o programa, ou o filme. Se os pais acompanham o que os filhos assistem, têm mais condições de se aproximar do universo em que vivem seus filhos".
  Segundo Hoineff[1] (2004), “As crianças brasileiras têm cada vez mais cedo acesso ao controle remoto, geralmente longe da vista de adultos”. Esse é um dos motivos, em sua opinião, de se discutir a qualidade da programação.

A TV continua sendo o principal veículo de entretenimento e de interação com o mundo, usado pelos jovens.  Muitas pessoas acham que a televisão tem, ao mesmo tempo, trazido benefícios e malefícios para a formação de crianças e adolescentes.

Consideram como valores positivos que a TV é uma forma de adquirir conhecimento, de socializar o acesso ao mundo digital e novas mídias, de revelar um pouco do mundo dos filhos e ser um tipo de lazer de baixo custo.

Entre os aspectos negativos citados pelos pais, estão a contribuição da televisão para substituir o sonho infantil e o mundo do faz de conta pelas ilusões adultas, como riqueza, sucesso e felicidade, a banalização do sexo e da violência, a pobreza da linguagem utilizada, a discriminação e preconceito com as pessoas, a exposição do mundo-cão, o desrespeito à ética e a valores e a ditadura do consumo como forma de interação social.

Considerando que grande parte da população vê televisão e as outras formas de comunicação, como leitura e cinema, são bem menos procuradas conclui-se que a TV é o educador hegemônico da sociedade brasileira. Diferentemente da Europa, no entanto, é majoritariamente comercial, vinculada à audiência, ao mercado e ao consumo. 
   


[1] HOINEFF, Nelson. Jornalista, especialista em TV por assinatura, crítico de cinema e diretor de documentários, com passagem por emissoras de TV do Brasil, como Manchete e SBT.

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Sobre o Autor
Professora, Empresária, Especialista em Educação Infantil pela UFJF e também Pós Graduada em Mídia e Deficiência pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Mg.
Contato pelo e-mail:soniajf23@yahoo.com.br e pelo e-mail: soniajf23@gmail.com