sábado, 12 de fevereiro de 2011

A LENDA DO AMOR

A LENDA DO AMOR

Era uma vez o amor...
O amor morava numa casa assoalhada de estrelas e toda enfeitada de sóis.
Mas não havia luz na casa do amor. Porque a luz é o próprio amor.
E uma vez o amor quis uma casa mais linda só para si. Que estranha mania essa do amor! E então, fez a Terra. E na Terra fez a carne.
E na carne soprou a vida. E... na vida imprimiu a imagem da sua semelhança.
E o amor chamou a carne de Homem.
E, dentro do peito do homem o amor construiu a sua casa pequenina, mas muito palpitante. Inquieta, insatisfeita como o próprio amor.
E o amor foi morar no coração do homem. E coube todinho lá dentro. Porque o coração do homem foi feito do infinito.
Uma vez... o homem ficou com inveja do amor! Queria para si a casa do amor. Só para si. Queria para si a felicidade do amor. Como se o amor pudesse viver só!! Depois de ser tão egoísta o homem sentiu fome... sentiu uma fome torturante e comeu!... Comeu...
Aí então o amor foi-se embora do coração do homem!
O homem, então, começou a encher o seu coração: Encheu-o com muito trabalho, trabalhava muito, encheu-o com todas as riquezas da terra e ele ainda continuava vazio. Buscou belezas, jóias, objetos valiosos e o coração continuava vazio...
E o homem, triste, derramou suor para ganhar a comida, pois ele sempre tinha fome, fome de tudo, fome de coisas... mas...
Ele continuava com o coração vazio. Nada preenchia aquele vazio doído e torturante. O homem trabalhava cada vez mais e enriquecia cada vez mais e ficava mais vazio o seu coração. E uma vez... Depois de muito pensar, o homem resolveu repartir seu coração inútil com as criaturas da terra.
O amor soube... e pensou: preciso participar disso. Então o amor vestiu-se de carne e veio também receber o coração do homem.
Mas, o homem reconheceu o amor, humilhou-o, bateu nele, chicoteou-o, cuspiu nele e o pregou numa cruz.
Então o homem continuou a derramar seu suor para ganhar a comida, naquela fome insaciável.
O amor então teve uma idéia:
Vestiu-se de comida. Disfarçou-se de PÃO e ficou bem quietinho...
Quando o homem, faminto como sempre, ingeriu a comida, pronto!! O amor voltou para sua casa!! No coração do homem!
E o coração do homem se encheu de plenitude!